Conheci Marielle há 10 anos, durante seminário sobre a obra de Freud, coordenado por mim, na Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo, quando causou ótima impressão. Jovem - bem mais jovem que a média dos colegas que fazem a formação para psicanalista naquela instituição - e tão capaz de pensar com liberdade, fazer perguntas indiscretas, colocar difíceis problematizações, enfim, questionar. Questionar é dever de ofício e arte do analista. Como há artistas e artistas, é importante ressaltar que a forma de problematizar faz diferença. Há quem questione de maneira mais superficial - ainda que todas as formas de questionar sejam válidas - e há os que pensam criticamente e com isso ampliam e aprofundam o conhecimento em psicanálise. Kellermann está, desde então, entre os que buscam o pensamento independente e ao mesmo tempo o ancoram na tradição. Luciana Saddi