Ao longo deste livro o leitor é convidado a navegar por várias regiões do conhecimento do homem, que se estende por numerosos campos de estudos, não obstante, entrelaçados na antropologia filosófica. A pergunta o que é o homem é a mesma indagação sobre o sentido e a sua essência, que havia sido formulada desde os gregos, mas, o mérito da pergunta não se esgota para a filosofia, dado que o próprio homem, desde sempre, não se compreende perfeitamente, ele permanece para si mesmo um ser enigmático. O leitor ao acessar a amplitude dos textos compilados nesta obra, imediatamente percebe que há um círculo hermenêutico em forma de círculo antropológico imbricado na compreensão da pergunta pelo homem, que nos aponta para o horizonte totalmente sem pressupostos. Ainda torna-se necessário considerar os pressupostos irrefragáveis em que os filósofos compilados nesta coletânea de estudos devem se apoiar, mesmo constatando o fato do autor mais representativo entre os gregos Sócrates não se encontrar presente na discussão deste livro, contudo, foi ele quem impulsionou a base do pensamento antropológico filosófico, sobretudo exaltando a superioridade da alma humana, na qual, repousa a definição universal de humanidade. A partir disto, o problema antropológico grego se torna mais evidente quando os sofistas fizeram do problema da cultura o problema maior da filosofia, identificando o homem como sujeito de suas ações. Na verdade, Sócrátes revoluciona a tábua de valores ateniense que permite transvalorar a cultura vigente totalmente voltada para exterioridade.