A imagens que as ciências - da educação, da saúde, do direito, da economia etc.- elaboram e partilham em relação à infância, por vezes são "fantasmagóricas". No que toca ao ser social que querem representar, assumem tal autonomia em relação a eles que, frequentemente, sobreleva-se a impressão de que as imagens da infância são estranhas às próprias creianças. Esse "estranhamento", verificável nas mais diferentes frentes de debate, encarece uma história social da infância que, num primeiro plano, percorra a intância de permanente negociação entre sociedade, ciência, literatura e instituições que dividem (e confundem) o universo descritivo com as estruturas normativas que acompanham a criança.