Ao desembarcar em Marselha em 1876, Joseph Conrad tinha apenas 19 anos, mas já era um marinheiro experimentado. Retornava de sua segunda viagem às Antilhas e, em parte, realizara o sonho de sua infância em Cracóvia: singrar mares longínquos e conhecer países exóticos. Num bar da sombria zona portuária da cidade, manteve os primeiros contatos com um grupo de legitimistas - o braço armado que lutava em nome de Don Carlos Bourbon, pretendente ao trono espanhol. Suas experiências em alto-mar o credenciavam como um bom candidato a uma missão perigosa: garantir por via marítima o abastecimento de armas para os grupos legitimistas encurralados nas montanhas espanholas. Conrad não tinha nenhuma ligação ideológica com o grupo monarquista e ultraconservador. Mas aceitou a missão quase que de imediato. Por que, o leitor descobrirá logo nas primeiras páginas de A flecha de ouro. No contato com os dirigentes do movimento, o jovem marinheiro apaixona-se por Doña Rita - o personagem mais enigmático e misterioso deste grande romance. Apenas em 1919, quarenta anos depois do episódio, Conrad sentiu-se capaz de descrever sua grande aventura. Um livro vibrante do grande autor de O coração das trevas, Tufão e Lord Jim.