Quando a Princesa Isabel conseguiu fazer passar a Lei Áurea, uma tempestade pesada, destruidora, se formou no horizonte. O Senador Cotegipe vaticinou nos ouvidos dela – como uma espécie de oráculo da morte – o futuro sombrio que a aguardava. Disse do alto da sua arrogância, do alto do seu medo enrustido de um mundo novo que acabava de nascer, mas que já era forte o suficiente para arrombar os portões de suas fazendas: “A senhora ganhou a batalha, mas perdeu o trono.” De fato, pouco mais de um ano depois desse vaticínio, a monarquia desabou e a Princesa Isabel foi obrigada a se exilar - expulsa do seu país. Mas por qual pecado, qual crime? Teria conspirado para a morte do rei para assumir o trono? Teria sido uma governante tirânica? Teria feito passar alguma lei que atentasse contra a liberdade e a segurança do seu povo? Todas essas questões devem ter surgido quando a notícia da queda da monarquia e do exílio chegou aos rincões mais distantes.