[...] Então, quando me deparo com um livro escrito por tantos autores de diferentes origens e formações, com a preocupação precípua de dar a conhecer o outro, um livro como este que ora prefacio, um livro que nos traz uma enorme riqueza de saberes acerca de diferentes comunidades típicas, sejam elas negras, brancas, indígenas não importa: o que importa é que são comunidades de outros! eu começo a ficar feliz. Eu começo a enxergar que, a despeito de todas as dificuldades práticas, existem pessoas que, como eu, vem tentando compartilhar saberes que nos completem pelo conhecimento do outro, pessoas que também buscam a construção de uma visão mais complexa e compreensiva do outro. Uma visão que nos complemente, que nos torne pessoas melhores, mais integrais, mais éticas, menos preconceituosas, mais dispostas a construir uma nova sociedade baseada em uma concepção mais ampla de nós mesmos. Pessoas que pesquisam as comunidades típicas que nos rodeiam para permitir que aquele Céu de respeito e integração aqui na Terra seja um dia possível. Afinal, como já disse, é pelo conhecimento do outro que nos construímos, que nos completamos, que nos integramos e que melhoramos como pessoas.