Os bandeirantes que se intruduziram nos sertões de Goiás no século 18, obstinados pelo propósito de descobrir muito ouro, acabaram abrindo uma rota para integração da província ao contexto geopolítico e econômico brasileiro. A bateia descobriu Goiás para o mundo. Sem dúvida que, no sentido inverso, Goiás iria esperar pelo projetor cinematográfico para descobrir o mundo. É surpreendente que não tenha demorado tanto, entre o histórico evento do Grande Café da Alameda dos Capuchinhos, em Paris, no dia 28 de dezembro de 1895 e o 13 de maio de 1909, quando a Cidade de Goiás pôde assistir à primeira sessão de cinema. Para a época proporcionalmente, o invento dos irmãos Auguste e Louis Lumière chegou depressa. Entre o pioneirismo da sala de exibição do Teatro São Joaquim, no dia 13 de maio de 1909, na Cidade de Goiás, e os dias de hoje, melancólicos para os cinemas do interior - pois as salas estão diminuindo - e alvissareiros apenas na extensão cinematográfica dos shopping centers, foi-se abrindo um vácuo na memória da chamada sétima arte no Estado. Alguns conhecem cenas esparsas da ligação entre Goiás e o cinema e muitos desconhecem quase tudo.