Ao receber a notícia de que os exilados da Ditadura foram anistiados, Lígia, até então disfarçada sob o nome de Virgínia, decide retornar ao Brasil. Sem destino certo, inicia uma peregrinação para descobrir o paradeiro daqueles que ama, ao mesmo tempo em que luta para fazer as pazes com um passado caleidoscópico e sangrento. Dividido em duas partes e um epílogo, Os tempos da fuga narra a saga de uma mulher que, na intenção de reaver a identidade estilhaçada pela violência de um regime opressor, parece, na verdade, querer escapar da própria história, de si mesma e até do leitor, a quem caberá reconstituir o mosaico de sua vida. O quebra-cabeça que se monta, no entanto, é movediço, e pouca coisa se revela como de fato é. Para que se obtenham respostas, é preciso atravessar um campo minado de perguntas: como Lígia conseguiu se evadir daqueles que a perseguiam? Ela vai mesmo acatar os planos do pai e se casar com Carlos? Ou se deixará guiar por Ângela, jovem sedutora e misteriosa (...)