O livro funciona, nesse sentido, como um gigantesco mapa alegórico do Brasil contemporâneo, no interior do qual encontram-se assinalados, como outra nova espécie de toponímia, os fundamentos arcaicos e teóricos que informam a atividade política, permitindo, inclusive, seu diálogo com os autores clássicos dessa atividade - no caso desse trabalho, com Maquiavel, Hobbes, Tocqueville, Hannaah Arendt e Walter Benjamin. Este mapa desdobra as trilhas da realidade histórica e da construção da nação brasileira, em três perspectivas diferentes: a primeira, fruto da memória do velho Riobaldo Tatarana , capaz de conduzir o fio de uma narrativa que subverte a autoridade da História; a segunda, resultado de uma narrativa que registra, nos contornos inquietantes da figura de Diadorim, a sugestão da recusa da possibilidade de armar uma identidade nacional pela supressão e/ou pela abstração de diferenças. A obra aborda, ainda, em uma terceira perspectiva, a composição de um gesto inconcluso de fundação desenhado no tempo por Medeiro Vaz e que vai ecoando de diferentes maneiras, ao longo da narrativa, como se Guimarães Rosa desejasse indicar que continua truncada na formação nacional brasileira a oportunidade política da emancipação e o sentimento de comunidade, isto é, de compartilhar valores, experiências e destino comum