Nos fins do século XIX, São Paulo possuía apenas duas escolas de engenharia: o Mackenzie College e a Politécnica. Numa sociedade que se desenvolvia rapidamente, o conhecimento técnico e científico dos engenheiros tornava-se cada vez mais importante. Ainda assim, os construtores da nova ordem tiveram de disputar idéias e espaços para garantir a sua aceitação social.Em "Engenharia e poder", Cláudio Hiro Arasawa procura detectar o papel inovador e proselitista dos engenheiros na batalha por oportunidades de trabalho e também por novos ramos de intervenção nos problemas urbanos da cidade, cada vez mais complexos. Neste momento da história da cidade, os profissionais da engenharia tiveram de interpretar e adaptar as principais correntes de pensamento e experiências internacionais aos recortes urbanos de São Paulo.O livro reflete, ainda, a relação entre o mundo e o lugar e a diluição das fronteiras milenares entre o campo e a cidade. Para o professor da FAU-USP, Murilo Marx, a o olhar e as interpretações do autor “têm toda atualidade”, uma vez que esse processo de urbanização, ocorrido em escala planetária, exigem a atenção não apenas dos engenheiros e arquitetos, mas também de outros saberes e de toda a nossa criatividade.