Devotado companheiro e nós outros, em trânsito para os sítios que demandávamos, nos achamos, quase de inesperado, à frente de grande multidão, numa praça terrestre, quando um irmão de nossa viagem, nos questionou: - que escreverias para esta imensa aglomeração humana, constituída, aliás, por nossos irmãos da estrada evolutiva? Centralizei a atenção nos circunstantes que renteavam conosco e em todo vi brilhar a chama da esperança, mas não me detive a destacar os chamados "felizes da terra". Muitos ali traziam na face os estigmas da inquietação e do sofrimento. Mulheres que ostentavam constelações de jóias no peito, mostravam pesadas cruzes na intimidade da própria alma; cavalheiros corretamente apessoados, revelando a elevada posição que lhes assinalava a situação na hierarquia social, exibiam no cérebro densas nuvens de expectação; toda uma legião de homens patenteava no próprio aspecto, as tribulações que lhes atormentavam a vida íntima; esse escondia as lágrimas por um filho morto; aquele recordava a esposa internada num sanatório para toxicômanos; outro memorizava o montante das próprias vidas; outros muitos ocultavam os sinais da moléstia grave de que se sabiam portadores; jovens aparentemente despreocupados, exteriorizavam mentalmente o desequilíbrio que lhes marcava os sentimentos; outros apresentavam o coração dilacerado pelos conflitos do lar em que haviam nascido; e muitos outros carregavam no próprio corpo as raízes da enfermidade que, mais tarde, os conduziria para a morte. Sem qualquer pretensão, experimentei tremendo impulso de solidariedade, desejando permanecer ali, junto aos companheiros em provação e respondi ao nosso interlocutor: - sim, se me for permitido endereçar algumas páginas dedicadas aos irmãos que sofrem no mundo e que se acham entranhados nesta multidão enorme, espero que o senhor jesus cristo me inspire a escrever sobre reconforto. Aqui tens, leitor amigo, a origem deste volume desataviado e simples que te colocamos nas mãos.