Movido por ares toscanos, inflamado por fontes antigas e cingido por ruínas romanas, Leon Battista Alberti compõe, em letras latinas, uma doutrina moderna do belo semeada nos tratados das Artes. Nela, a beleza esplende em pulchritudo e ornamentum: aquela, harmonia proporcional das partes de um corpo que não admite acréscimos, subtrações ou alterações, é qualidade inerente; este, aderente à figura, é luz auxiliar e pulcro complemento. Evocando a Retórica de Cícero e Quintiliano, e avocando vêneras metáforas, orgânicas, a preceptiva albertiana, ao fundir noções de decorum e aptum e acomodar esteses e motivações éticas, supera a separação entre 'estrutura' e 'ornamento', atenuando a ideia de uma beleza emersa tão só de relação proporcional, a encerrar modernas oposições entre ornatus e utilitas.