O que totaliza a prática do skate, seria observar tão somente a relação entre praticantes e o artefato aos seus pés? A etnografia de Giancarlo Machado mostra que, na verdade, os espaços da cidade aparecem contrapondo, justapondo e complementando importantes relações com a cidade. A luta política-urbanística dos skatistas entre rua e pista é ditada por uma certa imanência. E sendo exímios ourives da forma, os skatistas mostram o que não vemos, exercício fundamental de quem percebe a cidade do ponto de vista das pequenas passagens, dobras, saliências, revelando ao mesmo tempo o conteúdo simbólico das práticas reificadas pelos olhares administrativos que se impõem constantemente sobre ela.