A autora deste livro, professora de crianças e de adultos surdos, procura compreender, através da análise das diferentes práticas utilizadas na educação do surdo, as razões pelas quais os pedagogos colocaram em segundo plano a aprendizagem das disciplinas escolares, procedimento que não ocorria em relação ao aluno considerado "normal". Isto a surpreendia porque constatava, como já o afirmara Cardano no século XVI, que a surdez, por si mesma, não afetava a capacidade de aprender. Na procura de respostas, vai refletindo sobre as propostas educacionais oferecidas aos surdos, a partir de nossas raízes européias, mas centrando-se no Brasil, Instituto Nacional de Educação do Surdo (INES), século XX, instituição pública estatal, ainda hoje altamente significativa nesta especificidade educativa.