O livro reúne abordagens conceituais e capítulos com estudos de caso que, juntos, resultam em uma produção literária de inquestionável valor intelectual, revelando o tecido social, as rotinas e as demandas desses dois grupos étnicos em seus próprios ‘territórios’, bem como as demandas por uma autonomia plena nas tomadas de decisões, na autossustentação, na autodeterminação e na capacitação por meio de processos e mecanismos de base participativa e de viés endógeno. Uma mudança de paradigma nas premissas e percepções sobre ‘desenvolvimento local’ de modo que o destino e o futuro dos povos indígenas e Quilombolas possam ser decididos ‘por eles para eles mesmos’, sem mediações ou interferências exógenas, externas, concretizando um ‘ethos’ e desejos deles, consagrando-se desta forma mais um capítulo na reparação histórica, propiciando uma relativa ‘justiça social e racial’ em face aos desrespeitos, abusos, subordinação, humilhações e violências sofridos por esses dois grupos no Brasil. Os textos apresentados são de diversas matrizes e matizes disciplinares, incluindo a Geografia, a Sociologia, a Antropologia, devido à complexidade intrinsecamente interdisciplinar na busca de soluções exequíveis para os dilemas, obstáculos e desafios institucionais, logísticos, políticos, geográficos e técnicos enfrentados pelas minorias étnicas no país concernentes à autogestão de suas vidas e história. As interpretações e contribuições para a obra emanam de autores de reconhecida respeitabilidade e credibilidade acadêmica de diversas Universidades do país. O livro preenche lacunas na literatura e revela-se uma fonte robusta e profícua de informações no tema, atendendo aos mais diversos interesses de uma ampla audiência, desde acadêmicos, pesquisadores, instituições e organizações, poder público e a comunidade em geral.