"Então o silêncio que, por tantos anos, me causou estranheza ante meu pai, o silêncio que era apenas de meu pai e o tornava um estranho para mim tornou-se-me familiar. O silêncio ao qual eu passara minha vida inteira apenas reagindo, sem entendê-lo, era a minha história, era a história daquela família que após quarenta anos voltava a se comunicar silenciosamente. O silêncio era uma tradição da qual eu não havia me dado conta. Uma tradição tão forte que atravessara hemisférios, atravessara gerações e ainda se mantinha. Vendo-os, senti que nossos silêncios não eram silêncios de montanhas isoladas. Era a quietude de uma cordilheira, de uma espinhaço."