O cineasta Braz, com sua característica de observador do cotidiano e com uma postura amadurecida, expande sua atividade artística, antes voltada para o cinema, agora direcionada ao território literário que consagrou Rubem Braga: as crônicas. Os temas misturam-se entre o epifânico e o corriqueiro. O escritor revela o lado sarcástico do comportamento humano, como, por exemplo, no texto que abre o livro: “O Juramento de Hipócrates”. Nesta narrativa, o humor aparece como denunciador da sociedade atual, o que se prolonga de modo sutil nas demais crônicas, nas quais a crítica ao modernismo com seu poder de geração de neuroses, culminam em nutrir os enredos de Braz. Com suas inspirações pareadas ao universo de Nelson Rodrigues, Braz coloca-se como entendedor da alma nacional. Assim, tal como fez o mestre, o autor, por meios dessas crônicas, desnuda a identidade brasileira à luz de suas paixões.