Este livro constitui em uma discussão sobre o comportamento feminino difundido no Brasil por intermédio da educação. As vinculações entre o processo educacional e os interesses da elite intelectual abordadas são sugestivas de sua aproximação com o paradigma ‘civilizatório’ europeu. O catolicismo, o positivismo, o romantismo e o determinismo biológico atrelado à medicina convergiam na interpretação da posição da mulher na sociedade. Nesse contexto, os intelectuais atribuíam a moral e os bons costumes de uma sociedade ao modelo familiar em que as mulheres se posicionavam exclusivamente como esposas, donas-de-casa e mães de família. No Brasil, o catolicismo teve papel fundamental na propagação desse modelo, na medida em que embasou a educação feminina. Trata-se de uma educação teológica que colaborou também para a difusão de antagonismos socioculturais frente à secularização da sociedade, promovida por outros segmentos educacionais e culturais, partidários do republicanismo democrático.