O conjunto deste livro tem como objetivo principal pensar a tradução de teatro em processo e a execução textual e cênica simultaneamente, ou seja, desde o enfrentamento do texto literário até a sua oralização por atores em sucessivos testes de realização. A tradução teatral não foge das reflexões teóricas sobre poéticas da tradução pensadas para os textos literários de variados gêneros, mas, sem dúvida, quando se traduz um texto para a cena, a dominante do processo tradutório deve ser sua “encenabilidade” ou, em outros termos, a possibilidade de o discurso que foi traduzido funcionar na cena, na frente de um público. Essas e outras reflexões o leitor encontrará nos textos que compõem este volume. "Este não é apenas mais um livro sobre José de Alencar e sua obra. Invertendo perspectivas e paradigmas crítico-teóricos, Valéria Bezerra mostra que o reconhecimento nacional desse escritor não foi independente de sua circulação internacional, e nem mesmo da presença de obras internacionais no campo nacional. De forma mais ampla, este estudo deixa claro que os escritores pertencentes aos campos literários nacionais “dominados”, caso quisessem concorrer no ambiente literário mundial, precisavam integrar o processo de nacionalização de grandes textos universais, por meio de, ao menos, duas maneiras: traduzindo obras estrangeiras em sua língua, dentro de uma literatura que pretendia ganhar em tradição; traduzindo a literatura brasileira no exterior, em busca de legitimação junto às instâncias internacionais." - Lúcia Granja.