O cinema vive da simpatia do real pelo imaginário, na medida em que ele se utiliza do primeiro como matéria-prima para, de certa forma, sublimá-lo no segundo. É um processo dialético, segundo dizem, mas que tem um funcionamento ambíguo: para o lado do imaginário as coisas marcham fluentemente, mas para o do real esbarram sempre em algum obstáculo. No princípio havia o fascínio pelo real nu e cru: a reprodução em movimento das coisas que nos cercavam; em seguida o real se superou. O cinema é a realidade organizada segundo um gosto determinado.