Como o tempo se prestasse às mil maravilhas e como fosse sábado, dia em que suas funções lhe permitiam folgar, Anthime saiu depois do almoço para dar uma volta de bicicleta. Seus planos: aproveitar o sol franco de agosto, fazer algum exercício e respirar o ar do campo, talvez até ler um pouco, deitado sobre a relva... A cena é bucólica e ensolarada, mas esse sábado logo tomará outro rumo: estamos em 2 de agosto de 1914, dia da mobilização geral numa França que se precipita para a guerra. Não tardará para que Anthime, Charles, Blanche, Padioleau, Bossis, Arcenel e tantos outros sejam tragados pela guerra mundial que então começava. Os homens vão confiantes, as mulheres ficam à espera, uns e outros supondo que tudo isso é coisa de quinze dias, no máximo: o tempo de ir a Berlim, dar uma boa lição ao imperador Guilherme e voltar para casa, na Vendeia rural. Não será assim, e é desse divórcio entre a euforia dos primeiros tempos e o horror das trincheiras que nasce 14, novo romance do [...]