As crescentes devastações que a pobreza e a violência causam no mundo atual são os efeitos patentes de uma crise ética e cultural profunda que atinge especialmente as jovens gerações. A separação entre ética e cultura produz os terríveis resultados que atemorizaram o século passado, dentre os quais, no topo da lista, está Auschwitz. Há, na realidade uma crise que só pode ser remediada com educação. ¨Educação é uma palavra recente, outrora se dizia alimento¨(Littré). Efetivamente é ela que possibilita viver uma vida propriamente humana. O que, portanto, deve ser colocado no centro das sociedades é o sentido do humano e de sua dignidade. Trata-se de uma violência querer reduzir a realidade humana a certas dimensões abstratas que se prestam a receitas mágicas, tais como as contidas nas pretendidas reformas da educação que se sucedem a uma velocidade incrível, e com um igual insucesso, em nossas sociedades. Isso porque, na verdade, quando a questão é educação, é preciso que se tenha consciência de que se está em contato com totalidades que, além de vivas e complexas, estão em perpétuo devir, onde tudo esté intimamente ligado, permanecendo profundamente interdependente. A reflexão oferecida neste livro poderá parecer bem modesta. No entanto, ninguém poderá negar o quanto ela é vital.