Transitando por exemplos da história da cultura, literatura, cinema e psicanálise este livro sustenta, com erudição e ironia, a validade de uma máxima ensinada pelo poeta Manuel Bandeira sobre a vida: "tudo é milagre, tudo; menos a morte. Bendita morte, que é o fim de todos os milagres." Ao ser bem dita, bem simbolizada, bem ritualizada, bem estudada, a morte não faz senão evidenciar o valor da vida. Pensar a morte sem recorrer à ilusão religiosa (que a nega), tampouco à ideologia capitalista (que a evita em favor do consumo e da marginalização hipócrita da velhice) é tarefa facilitada pela beleza e profundidade das tirinhas do consagrado cartunista Laerte Coutinho e da escrita chistosa e repleta de referências do psicanalista e historiador Clóvis Pereira. Excelente e frequentemente divertido, este original dossiê sobre a morte, se presta a introduzir o leitor aos melhores temas do pensamento de Freud e Lacan. O livro defende que para suportar e fruir a transitória vida é mister ler e aprender sobre a morte.