Este livro não é mais um dos inumeráveis manuais de ideias filosóficas escolhidas. O conjunto escolhido sugere uma atitude intelectual importante no que diz respeito à construção do conhecimento, porque expõe a dialógica dependência-autonomia do sujeito e nos convoca a empreender uma arqueologia das raízes de nossos argumentos, ideias, convicções, incertezas. Como afirma o autor em seu texto introdutório, Meus filósofos é a expressão de uma dívida com pensadores que nutriram a unidade e a diversidade de suas interrogações. Seus filósofos não se limitam aos nomes consagrados de uma área de conhecimento. São todos aqueles nos quais reconhece as sementes que fecundaram as noções, argumentos e princípios de um pensamento complexo e transdisciplinar. Por isso, ao lado de Pascal, Descartes, Montaigne, Hegel, Spinoza, Freud, Heidegger, Marx, Husserl, estão Beethoven, Buda, Proust, Dostoiévski, dentre outros. Meus filósofoschega ao Brasil por meio de uma tradução cuidadosa, própria de quem conhece a obra de Edgar Morin. Isso garante também a fidelidade ao fluxo narrativo de um autor tão instigante, tão pleno, tão sem censura.