Ler é um ato mais do que cognitivo, é ontológico, é uma forma de ser e estar no mundo; a leitura é uma trilha do pensamento e, conseqüentemente, estímulo para o exercício da reflexão. Sim, porque pensar implica dialogar com os enunciados propostos e deles tirar vários níveis de compreensão, como demonstra neste trabalho a professora e pesquisadora Roseli ao analisar como o jornalismo pode cumprir uma função formadora, que vai muito mais além da sua função primária de transmitir informações. O desafio aceito por Roseli em sua pesquisa foi justamente o de verificar as potencialidades da mídia como ferramenta auxiliar da educação e, num percurso inverso, verificar como educadores podem se valer da mídia como suporte para as suas atividades, tanto no que se refere a conteúdos curriculares, quanto a dinâmicas extracurriculares. Trata-se, portanto, de um livro revelador, um acréscimo numa cultura que ainda se consolida, o campo da educomunicação. Uma obra, portanto, importante para professores, pesquisadores e mobilizadores, além de lançar um olhar crítico sobre o próprio aspecto mercadológico. Embora existam no mundo inteiro experiências bem sucedidas de utilização da mídia na escola, no Brasil, essa prática ainda é incipiente, talvez porque o Brasil ainda esteja situado entre os países de baixos índices de leitura: um brasileiro lê dez por cento do que lê um norueguês, isso, levando em conta apenas a leitura de jornal.