Os vírus são estruturas intrigantes e desafiadoras que evoluem rapidamente e, apesar de todo o desenvolvimento científico e tecnológico alcançado pela humanidade, parecem estar sempre um passo à nossa frente. Ultimamente, os vírus têm monopolizado a atenção da população, seja pelo número de epidemias causadas por novos vírus, seja pela reemergência de viroses já consideradas sob controle que vêm crescendo exponencialmente. Somente nas duas últimas décadas assistimos atônitos à ocorrência de novos surtos, epidemias e pandemias; assistimos à maior epidemia já registrada de doença do vírus Ebola; deparamo-nos com as constantes epidemias de arboviroses, como a febre da dengue, da Zika e da chikungunya, e, incredulamente, observamos a reemergência da febre amarela, que ameaça se reurbanizar. No curso de 18 anos, fomos testemunhas do surgimento de três novos coronavírus, culminando com a recente emergência do SARS-CoV-2, agente etiológico da COVID-19, que hoje se dissemina pelo mundo [...]