Mato Cheio é inspirado nas histórias dos escravizados que fugiam pelas linhas férreas em direção ao mar, cruzando a Casa do Sítio da Ressaca – quilombo de passagem do começo do século XIX – até chegar aos quilombos da cidade de Santos, no litoral sul de São Paulo. Gasta-Botas, Salgada e Ninguém de Oliveira Neta dividem o mesmo corpo-imagético. Uma personagem, vista de três perspectivas diferentes, que caminha em busca de si e do lugar que ocupa. Elxs anseiam chegar no mar, numa tentativa de reformar o passado, tragar o presente e construir outra possibilidade de futuro, mobilizados pela personagem Fogo, traduzido por Picita: mulher negra, não-ficccional, fato que a história pretende apagar.