A obra pretende contribuir com a formação de profissionais da educação, e trata da ausência de conteúdos de sexualidade e orientação sexual na formação inicial de professores, que serão cobrados a ter uma abordagem competente nessa área por ocasião da sua futura atuação profissional. Autores como Bauman, Freud, Foucault, Lindblom, dentre outros, dão sustentação teórica à abordagem do tema, no qual se procede uma análise da política educacional e um paralelo entre a realidade do Brasil e de Portugal na área de educação sexual nas escolas. O objetivo da pesquisa foi investigar a orientação sexual como política educacional, o lugar que o tema ocupa na formação docente, e de que maneira instituições formadoras de professores os estão preparando para lidar com o tema. Os mecanismos, estratégias ou procedimentos de ensino utilizados pelos cursos de formação inicial de professores, as facilidades e dificuldades apresentadas por alunos e professores destes cursos para lidar com o tema sexualidade, além das suas sugestões para superá-las também fizeram parte dos objetivos. A análise do conteúdo foi adotada para se chegar aos resultados, identificando-se três categorias: a sexualidade ausente ou negada, a sexualidade proclamada e a sexualidade idealizada. As diretrizes curriculares atuais dos cursos de pedagogia não contemplam esse conteúdo, em expresso conflito curricular com as diretrizes curriculares vigentes para o ensino fundamental, foco da futura atuação docente. Essa desarticulação entre a formação docente e as diretrizes do currículo do ensino fundamental pode comprometer a atuação dos futuros professores, pelo desconhecimento das manifestações sexuais encontradas na faixa etária dos alunos que cabe a si a responsabilidade.