Sabemos que o horizonte não é atingível. Mas o horizonte da vida é. Quando começo a escrever estas lembranças, o horizonte já pode ser pressentido e as reflexões se tornam mais serenas. E nelas mesclam-se as incertezas da vida do dia a dia com a certeza da morte. É curiosa a noção da morte na nossa vida. Desde que temos consciência sabemos que este é nosso fim. Mas nós, ocidentais, fazemos de conta que somos imortais. Recusamo-nos a pensar na morte. Só algum fato extraordinário a coloca, às vezes, no nosso meio.