Os textos que compõem este livro querem problematizar o caminho de deslocamento do uno ao múltiplo, que põe em dúvida a existência de qualquer elo comum entre as culturas. Delineiam a discussão sobre quais dispositivos teóricos seriam capazes de nortear a compreensão do outro sem submetê-lo a qualquer lógica hierárquica ou elitista. A possibilidade de resguardar a discussão da razão, enquanto fala ou linguagem, na pluralidade de suas manifestações, esboça a perspectiva basilar da discussão. Ela traz ao diálogo categorias importantes para a produção do conhecimento, como vida, cultura e diferença, bem como suas interfaces linguagem, tradição e reconhecimento. Por isso, é necessário o debate destas questões em função da sua atualidade e repercussão, uma vez que elas se traduzem em situações pertinentes a este contexto, tais como, entre outras, o reconhecimento das políticas de ações afirmativas, inclusão dos deficientes, bem como os novos rumos da educação na redemocratização de seus espaços de forma geral. A Filosofia e a Educação têm debatido estas questões a partir das transformações ocorridas na relação com a cultura e o saber, no sentido de ressignificar as produções humanas no âmbito de seu processo educacional.