A ficção de Shahrnush Parsipur manifesta-se a favor de relações mais harmônicas entre homens e mulheres na Pérsia. Sua narrativa conta a história de cinco mulheres no Irã que buscam escapar de suas mazelas cotidianas, à época do golpe de Estado dos anos 1950. Virgindade, morte e renascimento, estupro, prostituição e casamento permeiam a espirituosa narrativa que mistura história, política e ficção. As protagonistas desta trama fogem da realidade opressiva de suas vidas e se dirigem a um mesmo jardim, localizado em Karaj, próximo a Teerã. Um jardim metafórico, refúgio para suas fantasias, e lugar onde encontram seu próprio destino, por força do desejo ou do acaso. Nesse espaço atemporal e utópico, Parsipur oferece a suas personagens a oportunidade de escapar dos sentimentos que as aprisionam. As similaridades entre os universos das mulheres iranianas e das mulheres ocidentais irão surpreender o leitor no Brasil. A capa da edição brasileira traz um trabalho da artista plástica brasileira Beth Moysés, Reconstruindo Sonhos (2005).