A penetração dos elementos mecânicos no nosso quotidiano é avassaladora _ acontece como uma avalanche _ sem aviso, deixando-nos pouca capacidade de recuo. Tirar um documento de identificação, procurar uma informação necessária ou até divertirmo-nos, todas estas acções implicam o uso de computadores. Racionemos também a estupidez de Manuel Almeida Freire faz uso do humor verbal para atravessar este planeta, onde os homens parecem sentir apenas o vibratum dos écrans, obliterando tudo o que não é mediado por estes. O autor chama a si o erro , o espanto, a angústia, o enlevo, ou seja, deixa-se tocar pelo mundo. Ladeado pelos «animais queridos do zoo doméstico» e os «frios algoritmos antropófagos» fica a pergunta: que prodigiosa irracionalidade é esta que nos está a tomar? elisa scarpa