'Imagem e realidade do conflito Israel-Palestina' desmascara as origens das representações acadêmicas e sociais que permeiam as raízes desde confronto. Norman Finkelstein, autor de 'A indústria do holocausto', introduz o leitor nesse universo a partir de uma discussão dos fundamentos do sionismo. Ele analisa o "consenso ideológico" originário desse pensamento identificando três tendências distintas; o sionismo político, trabalhista e cultural. Finkelstein ressalta que o sionismo político propunha que a nação judaica resolvesse sua questão se estabelecendo num Estado, e para isso os judeus teriam de se constituir como maioria. Para o sionismo trabalhista a questão judaica não era apenas a ausência de um Estado, mas a estrutura de classe da nação judaica, que se desequilibrou e deformou com a diáspora. O exílio havia criado um excesso de comerciantes, pequenos negociantes e um déficit de trabalhadores judeus. O sionismo trabalhista também imbuía a minoria judaica com outras exigências - ratificava o direito dos judeus de reivindicar o Estado e assim alterar o equilíbrio demográfico na Palestina, abrindo caminho para a concentração territorial da nação judaica. Já os sionistas culturais advogavam a elaboração de uma síntese do legado cultural para a contemporaneidade, exigindo um "centro espiritual" capaz de unificar as energias da nação, servindo-lhes de força centrípeta - projeto que não poderia se efetivar enquanto o povo permanecesse disperso. Finkelstein aborda as imagens dominantes da Guerra de 1967 (a Guerra dos Seis Dias, que marcou a conquista do Sinai, da Faixa de Gaza, da Cisjordânia, das colinas de Golã, na Síria, e da Zona Oriental de Jerusalém) na definição dos contornos do confronto; e