Em O Crime à Luz da Psicanálise Lacaniana, depois de ter estudado os castigos na obra Crítica da Razão Punitiva, o autor traz à luz o estudo sobre o crime, ao mesmo tempo pelas dimensões social e subjetiva. Motta investiga o crime a partir da psicanálise de orientação lacaniana, tendo como eixo de leitura os três registros da estrutura. Esta pesquisa tem como fundamento os conceitos de Sigmund Freud, Jacques Lacan e Jacques-Alain Miller sobre os crimes perpetrados por psicóticos. Seu objetivo principal é situar os crimes nos registros Real, Simbólico e Imaginário, levando em conta a singularidade dos casos. Trata-se de um estudo dos casos Aimée e das irmãs Papin interpretados por Lacan, do caso Landru, serial killer da “belle époque”, dos casos Ulrich e Pierre Rivière. A tese pretende contribuir para o estabelecimento de uma teoria lacaniana do crime, que Lacan esboçara em suas reflexões sobre a agressividade e no seu texto sobre a criminologia. Delírio e passagem ao ato são interrogados na sua relação com os três registros. A partir da posição do sujeito criminoso trata-se de discutir o aporte da psicanálise para esclarecer a relação entre o crime e o laço social.