Ismar Matos faz uma descrição do homem no Leviathan para fundamentar a idéia de que Thomas Hobbes, partindo dos cânones da ciência materialista-mecanicista, construiu uma antropologia para dar sustentação à sua teoria política, objetivo maior do conjunto de sua obra. Hobbes apresenta o homem como um ser ímpar no mundo - pois possui o poder de gerar a linguagem - que se torna arquiteto de si mesmo, capaz de criar um homem artificial (o Estado) para lhe garantir a segurança e a paz necessárias para o seu pleno desenvolvimento. Assim, ao criar o Estado, o homem hobbesiano está arquitetando sua autoconstrução, tornando-se um construtor de sua própria humanidade.