Reorganizando algumas respostas fornecidas ao longo do tempo, embora sem a pretensão de originalidade, o livro traz uma tentativa de teorização do amor – matéria obscura, enigmática, confusa e fonte de todo tipo de inspiração. Para atingir esse objetivo, são abordadas questões histórico-conceituais, buscando referências na Grécia Antiga, na obra O Banquete, de Platão, na mitologia e também em algumas histórias notáveis do mundo das artes, como Tristão e Isolda, Grande Sertão: Veredas, Anna Kariênina e “Don Giovanni”. A partir desse enfoque, vislumbra-se a capacidade do amor de se reinventar e, mesmo assim, de se deixar reconhecer por seus traços essenciais: seu caráter unificador e transitório, a alienação e a corrosão da realidade, a perene insatisfação, a tendência à turbulência e a necessária alteridade. Por fim, a única certeza obtida ao fim da leitura se resume em o amor ser inexoravelmente incognoscível, resistindo a qualquer racionalidade.