Os anos 80 e 90 do século XX fincaram marcos profundos na história do Brasil. Lá fora, aconteciam a queda do Muro de Berlim, a explosão da economia globalizada e a aceleração vertiginosa da revolução tecnológica; aqui chegava ao fim o regime militar e o País buscava assentar rumos democráticos com a Assembleia Nacional Constituinte. A nova Carta saiu contraditória em pontos essenciais: um regime político híbrido de presidencialismo e parlamentarismo; um sistema envergonhadamente capitalista, com fortes condicionantes de cunho socialista, e um elenco de muitos direitos e poucos deveres. Setores sociais se organizaram em grupos de interesse e de pressão, como atores da redemocratização do País, disputando espaço e poder com os partidos políticos.