Como e por que esquecemos ou precisamos esquecer? A arte de esquecer responde a esta e muitas outras perguntas. Mostra que cada um de nós é quem é porque tem suas próprias memórias. Portanto, aprender a distinguir entre as informações que devemos deixar de lado e as que devemos guardar é uma arte difícil. O neurocientista fala dos vários tipos de memória, de suas respectivas áreas cerebrais, bem como das três grandes formas de exercer a arte do esquecimento: o bloqueio, a extinção e a repressão. Para Iván Izquierdo, a arte de esquecer ou, no caso, a arte de não saturar os mecanismos da memória é algo inato, algo que nos beneficia de maneira anônima, pois nos impede de naufragar em meio às nossas próprias recordações. Escrito com a leveza de uma conversa entre amigos, os ensaios que compõem este livro navegam por vários aspectos: da memória do indivíduo à das sociedades: "cada país é feito de suas memórias, como as pessoas" ou "Se há uma arte especialmente maldita é a de forçar, pela propaganda, o esquecimento de coisas importantes a povos inteiros, substituindo-as por mentiras. Intoxicados por mentiras, esses povos podem ser levados a cometer as piores barbaridades". Ao final da leitura o leitor compreenderá que esquecemos para poder pensar, esquecemos para não enlouquecer e para poder conviver e sobreviver. Enfim, como não há fórmulas para a felicidade, talvez haja para o bem-estar, e a arte de esquecer, bem praticada, pode ser uma delas.