O João é desses jovens multitalentosos que damos a sorte de encontrar pela vida. No meu caso, foi alguns anos atrás, numa graduação em letras formação do escritor. Lá já me chamavam atenção suas muitas e boas ideias, e, mais do que isso, sua disposição para colocá-las em prática. Essas qualidades, somadas a experiências vividas na sequência (em roteiro, em prosa, em poesia), estão todas presentes em Tranca a rua. Aqui, encontramos a cidade, ou as pessoas, e as relações, da cidade. Através de uma variedade impressionante de sentimentos, afetos e situações cotidianas muito caras ao contemporâneo, Schlaepfer nos convida (nos provoca) o tempo todo à reflexão. Para isso, se utiliza de elementos que, em geral, tomamos por banais, mas que, nas mãos seguras, no olhar sensível e na inventividade de um autor que vive a concretude urbana, oferecem-se constantemente a novas configurações. Elementos como um cartão de metrô, isqueiro ou um chip de computador, de repente, podem nos fazer (...)