Enfim, chega a esperada continuação de Uma história social do conhecimento, resultado de décadas de pesquisa de Peter Burke sobre o tema. O livro começa exatamente onde termina o primeiro volume, por volta de 1750, e percorre um caminho que vai da publicação da Enciclopédia francesa até o fenômeno da Wikipédia. O autor mostra como a tarefa de coletar conhecimento, analisar e disseminar mudou de acordo com o período. E discute temas como a democratização, a globalização e a tecnologização. Ao longo do processo, há sempre uma preocupação em mostrar como esses avanços são contrabalançados com perdas. Afinal, a aquisição e a acumulação do conhecimento não é uma história vitoriosa, que pode ser contada como um constante progresso. Pagamos um preço por optar, por exemplo, pela especialização, em vez de um conhecimento geral. "Apenas a tecnologização parece avançar sem encontrar maiores obstáculos", defende o autor no livro. Esse volume pode ser lido sozinho, ou como continuação do primeiro: Gutenberg a Diderot. O leitor é brindado com uma visão abrangente e profunda das transformações no mundo do saber.