Como Professor responsável pela disciplina de Pensamento Constitucional Brasileiro do Programa de Pós-Graduação em Direito/Mestrado e Doutorado em Direito da Universidade de Fortaleza é sempre motivo de regozijo a publicação de trabalhos dos Discentes da disciplina. Já se trata do quinto volume de publicações, o que sinaliza uma regularidade anual de pesquisa. O objetivo da disciplina é claro: responder à indagação sobre a existência, ou não, de um pensamento constitucional no brasil. Copiamos tudo quando da formação de nosso Estado? Não produzimos intelectuais sintonizados com seu tempo e com os desafios do Brasil durante seus riscos constitucionais? A discussão entre nós limitava-se a observação envergonhada do que ocorria nos Estados Unidos da América e na Europa, com a eventual certeza de que não éramos capazes de fundar aqui um Estado e uma sociedade? As questões acima não comportam respostas superficiais exatamente por se tratarem de interrogações complexas, a exigirem mais do que o conhecimento tradicional oferece, em especial aquele que facilmente vincula tudo do Brasil ao chiste. Sabemos que nenhuma história de nenhum povo é realizada por acidentes e somos conscientes da razão da história. Como não sabemos de quase nada, mas desconfiamos de muita coisa, a dedicação científica é que pode abrir as portas para um novo horizonte de conhecimento. Mais que isso: pode revelar que nossos problemas já enfrentaram séria análise por parte de alguns intelectuais, os quais vislumbraram caminhos que poderiam ter sido seguidos. Quando falamos da questão da igualdade no Brasil, que igual aos Estados Unidos da América começou com a escravidão, deparam-nos com o acúmulo de uma discussão entre abolicionistas e não abolicionistas desde a fundação do Estado Brasileiro.