O personagem-narrador de A fúria do corpo, de João Gilberto Noll, é um homem sem identificação, passado ou futuro que vaga pelas ruas do Rio de Janeiro, a Cidade, no rastro de Afrodite, mulher-idéia que é o único sentido de sua vida, ou que deverá sê-lo. Entre encontros e desencontros, o narrador cumpre um périplo de autodegradação, por cenários como uma enfermaria do INSS, onde vai parar devido à inanição, o subúrbio da Cidade de Deus, para o qual foge com um companheiro de enfermaria, o traficante a quem identifica menino e que se torna seu amante, um inferninho de Copacabana, no qual trabalha Afrodite, ma delegacia, um conjugado sórdido e o frenesi do carnaval carioca.