Em 'Cachorros do Céu', Wilson Bueno retorna ao seu habitat. Com a mesma veia alegórica de seus já consagrados 'Manual de zoofilia' e 'Jardim zoológico', o escritor paranaense faz um 'fabulário', nas palavras do crítico Ivo Barroso. Os macacos, sapos e cobras de Bueno nos lembram os personagens da vida real, embora suas falas tenham sido levadas ao cúmulo do ridículo por meio de recursos estilísticos que vão da simples galhofa à mais pura desfaçatez. Há um porém - tudo o que dizem os animais dessa floresta imaginária é anti-ético ou no mínimo bizarro, assim como era de se esperar da linguagem dos irracionais. E somente da dos irracionais.