Esta obra é uma das mais bem-sucedidas propostas se não a mais bem-sucedida proposta de articulação e mútua fecundação das obras de Emmanuel Levinas e Jacques Derrida naquilo que elas contêm de mais precioso: precisamente seu incondicional núcleo ético-estético. Ao longo de treze textos, na companhia não só desses dois gigantes como também de Bergson, Flusser, Arendt, Deleuze, Husserl, Kafka, Jabès, Blanchot, o autor sulca seu itinerário por entre os recônditos e as tensões da questão das questões da hospitalidade das hospitalidades mantendo simultaneamente uma preciosa e prudente distância da tentação de transformar esse termo em alguma espécie de mero conceito operativo geral da filosofia contemporânea e um exigente afastamento da possibilidade de sucumbir à fecundidade afetivo-semântica, por assim dizer incontrolável, dessa categoria.