A leitura é o exercício do encontro. Não é novidade o fato de que, ao enfrentarmos um livro, estamos diante do que a obra nos diz singularmente. As frases revelam segredos diferentes a cada leitor e leitora. Entre a escrita e a interpretação está o terreno instável, fértil e produtor de flores imprevisíveis. Os livros importantes são portas abertas a quem tem a coragem da entrega. Tiago D. Oliveira abre para nós, com a delicadeza de poeta, uma dessas entradas para aventura da vida. O autor nos conduz, nos mínimos detalhes, à reflexão sobre formas sinuosas de nossa existência frágil, buscando o aprendizado da linguagem de nossa experiência num mundo que se apresenta muitas vezes despedaçado e outras tantas como campo onde plantamos esperanças. Chama atenção a epígrafe que abre o conjunto de contos: Todas as coisas da vida que uma vez existiram tendem a recriar-se. Ousando discordar de Marcel Proust e desconfiando do querido Tiago (só conhecemos um poeta em suas segundas (...)