A caracterização do acompanhante terapêutico aqui proposta permite entender sua figura como a de quem, no âmbito de uma estratégia clínica, vem a ocupar, frente ao paciente, o lugar de alguém e de algo que faltou. Há uma ausência, pois, que o acompanhante sustente e à qual, denunciando-a ao emprestar-lhe oi corpo, ajuda a reconfigurar e a transformar em matéria de trabalho. (...) Mas, mesmo que o acompanhante terapêutico venha a ocupar um lugar vazio, carente, não é sua a possibilidade e nem a função prover literalmente o que em seu momento não foi brindado. O perdido é irrecuperável. Mas o que não pode ser recuperado, dizem-nos as autoras, pode, por outro lado, ser suprido. Onde não há reposição pode haver recomposição."