Um livro que não pode faltar em nenhuma lista de presentes de casamento.Apaixonado não só pela boa mesa, mas também pela história dos pratos que prepara, Gabriel Bolaffi escreveu um livro singular. Em A SAGA DA COMIDA, esse dublê de intelectual e gourmet revela não só os segredos do que há de melhor na culinária internacional (tomando o cuidado de adaptar cada prato à realidade brasileira), como também recheia as páginas com a trajetória histórica dessas iguarias. Como a dos celebrados croissants franceses que, na verdade, foram concebidos na Áustria em comemoração a uma vitória dos soldados vienenses sobre os turcos. Daí a forma de crescente, símbolo do povo derrotado.Cada capítulo de A SAGA DA COMIDA incia com as origens etnográficas e históricas das receitas. Sobre algumas, pesam superstições ou tabus religiosos (como a carne de vaca na Índia e a de porco entre os judeus), devidamente analisados pelo que possuem de folclórico ou pitoresco. Os molhos abrem o livro. Os demais capítulos acompanham a ordem pela qual os alimentos são levados à mesa, até o grand finale: as sobremesas.Embora erudito e sofisticado, A SAGA DA COMIDA não é um livro apenas de especialidades. Como fritar na manteiga dois ovos bonitos e gostosos, de tal modo que a clara fique branca e dura, com as bordas tostadas e as gemas cremosas, ao ponto de serem absorvidas por um naco de pão crocante? A SAGA DA COMIDA ensina. Nele, o leitor encontrará receitas que vão desde o caviar, trufas, gianduia e cogumelos até receitas necessárias à nossa comidinha apressada do dia-a-dia: batatas e ovos fritos, feijão, arroz, dobradinha, mocotó e quiabo. Ao longo de alguns capítulos também são apresentados ao leitor os chamados mestres. Personagens como o romano Marco Gavio Apício e o francês François Pierre de La Varene. Bolaffi, aliás, esclarece que, ao contrário do que é propagado, a culinária não é uma arte tipicamente francesa. Até mesmo as assim chamadas boas maneiras à mesa surgiram na Itália. E enquanto os nobres franceses, ingleses e saxões ainda se serviam do manto peludo dos cães que rondavam as mesas para eliminar os excessos de molho das mãos, os italianos já se utilizavam do garfo. A SAGA DA COMIDA é uma viagem histórica através de receitas selecionadas e explicadas passo a passo. E poucos estariam tão bem preparados para escrevê-lo quanto Gabriel Bolaffi, italiano, filho de pais judeus, descendente de portugueses e espanhóis, no Brasil desde os 5 anos de idade, criado por babá alemã e com muitos períodos vividos em Israel, Estados Unidos, México, Grécia e Turquia. Atualmente, mora em São Paulo. É professor de sociologia e planejamento urbano da Universidade de São Paulo. Resultado de suas viagens ao exterior o livro de Gabriel Bolaffi reúne toda a experiência que ele acumulou viajando pelo mundo. - Jornal da Tarde