A qualidade do ensino superior ocupa atualmente um lugar de destaque em políticas (trans)nacionais que enquadram reformas estruturais e curriculares dos sistemas de ensino e reclamam uma reconfiguração da docência e da aprendizagem. Contudo, o ensino superior continua a ser marcado por fatores que limitam as possibilidades de mudança pedagógica, importando ouvir a voz dos docentes enquanto atores principais da pedagogia. É esse o propósito do estudo de Rita Stano, no qual se equaciona a existência de uma epistemologia praxeológica na condução e supervisão das práticas formativas em contexto universitário, buscando-se descobrir uma pedagogia vivida em contextos onde a pedagogia enquanto atividade acadêmica é ainda largamente invisível e, em grande medida, negada. Cruzando os discursos da reforma com as vivências e percepções dos docentes, o estudo permite-nos compreender paradoxos e contradições das racionalidades subjacentes às práticas educativas, evidenciando a necessidade de construir espaços de reflexão coletiva acerca das condições de transformação da pedagogia no ensino superior.