Tião Carneiro é homem de palavra. Fruto da sua fluência verbo-gráfica, e passando bem longe da verborragia, não há, aqui, "palavrinhas inúteis, perdidas". As palavras caem nas páginas deste livro como água em cachoeira, levando o leitor, em imersões literárias, compulsórias no início, a pescar, numa bela manobra romanesca, episódios presentes no livro A Senhora 2 e o Senhor 2, do mesmo autor. Passada a aprazível turbulência, os mergulhos serão espontâneos, conduzidos pelos intuitores Bião e Simas, que esclarecem verdades escondidas nas entrelinhas do texto. Não há palavras perdidas. Mesmo a brincadeira com o nome de personagens e de lugares não é sem propósito: traz à tona uma contundente crítica social, protagonizada pela personificada D. Internete. A cada mergulho, o leitor é fisgado por uma surpresa. É mesmo surpreendente. Haja fôlego, mas vale a pena.