As 35 crônicas aqui reunidas procuram falar da infância de perto, íntima e despretensiosamente, num gênero discursivo cuja substância é a simplicidade. No entanto, pretensiosamente, entendemos que é também na simplicidade da vida cotidiana que se funda a dimensão política da infância. Mais que ter as crianças como objeto das crônicas aqui apresentadas, nosso intuito é fomentar a construção de uma história que se saiba incompleta se não incluir sua voz e suas perspectivas de olhar. As crônicas foram produzidas pelo Grupo de Pesquisa Infância e Cultura Contemporânea, no projeto Fisionomias da infância: experiências cotidianas, alteridades e deslocamentos,desenvolvido na Faculdade de Educação da UERJ e financiado pelo CNPq. Inspirados em Walter Benjamin, seus autores compreendem o cronista como um historiador do cotidiano, imbuí do em eternizar o instante ao transformá-lo em questão filosófica,tensionando as experiências que acontecem no miúdo com a grandeza da história e da cultura.